Categoria: Blog

  • Mãe-advérbio-de-lugar

    Mãe-advérbio-de-lugar

    As crianças estão brincando na água; no escuro do pôr do sol, ainda é possível enxergar os contornos de cada um. As mães, do lado de fora, reconhecem bem os contornos de suas crias; as crias, vez ou outra, param a brincadeira e buscam os contornos de suas mães; logo voltam a brincar, logo voltam…

  • Percurso

    Percurso

    Gosto da palavra percurso para nomear os caminhos e as direções que trilhamos em análise. Também gosto de usar essa palavra para dizer das implicações teóricas e clínicas que nos movem, enquanto analistas – isso porque nossos percursos são contados um a um, mesmo entre aqueles que compartilham escolhas similares. É aquilo que nos implica…

  • Geste à Peau

    Geste à Peau

    Nas primeiras sessões de análise com Lacan, Susanne conta sobre os horrores vividos durante a guerra e no pós-guerra. Ela acreditava que, através da análise, poderia se livrar das dores causadas por aquilo que viveu. Ao questionar Lacan se seria possível se curar daquele sofrimento, ela diz que entendeu – pelo olhar de seu analista…

  • O menino que carregava água na peneira

    O menino que carregava água na peneira

    Frequentemente, @manoelismos compartilha algo que me faz sorrir. Não importa quantas vezes eu leia “O menino que carregava água na peneira” – um sorriso sempre brota. Até porque, repare bem, o traçado desse escrito é bonito que só: há uma mãe, que cobriu o corpo do filho com um olhar de ternura e nomeou seus…

  • Os catadores de restos

    Os catadores de restos

    Passei muito tempo procurando palavras para circunscrever a inquietaçãoque essa leitura me causou. Sim, é um livro sobre a guerra, mas o que é transmitidoentre as linhas aponta para algo além da guerra – esse além, que reverbera emcada um de nós, resulta de um audacioso trabalho de construção feito por SvetlanaAleksiévitch. A escritora, ao…

  • PALAVREANDO O ABISMO

    PALAVREANDO O ABISMO

    Tem gente que é da harmonia poética – outras são do desalinho, do grito, do palavrão. Há quem fale para curar – e também há quem fale para fazer doer. Aqueles que tentam tomar a palavra na radicalidade de uma inteireza sabem bem sobre a sua dureza. Tem palavrinha que gruda, sentenças que atravessam a…

  • VOCÊ NÃO ESTRANHA DE SER VOCÊ?

    VOCÊ NÃO ESTRANHA DE SER VOCÊ?

    Gosto de pensar a psicanálise através da inquietante pergunta: “você de repente não estranha de ser você?” – formulada por Clarice Lispector em seu livro Um sopro de vida.

  • SILÊNCIO DENTRO DA ALMA

    SILÊNCIO DENTRO DA ALMA

    Em seu texto intitulado “escutatória”, Rubem Alves aborda com um peculiar bom humor, aquilo que, na experiência humana, chamamos de “falar” e “escutar”.

  • A RELAÇÃO MÃE E FILHA

    A RELAÇÃO MÃE E FILHA

    A relação mãe e filha é permeada de profundas ambiguidades. Freud, inclusive, alertou que não seria possível entender uma mulher sem considerar sua fase de ligação pré-edípica com a figura materna.