Autor: Tatiana Sousa
-
Mãe-advérbio-de-lugar
As crianças estão brincando na água; no escuro do pôr do sol, ainda é possível enxergar os contornos de cada um. As mães, do lado de fora, reconhecem bem os contornos de suas crias; as crias, vez ou outra, param a brincadeira e buscam os contornos de suas mães; logo voltam a brincar, logo voltam…
-
Percurso
Gosto da palavra percurso para nomear os caminhos e as direções que trilhamos em análise. Também gosto de usar essa palavra para dizer das implicações teóricas e clínicas que nos movem, enquanto analistas – isso porque nossos percursos são contados um a um, mesmo entre aqueles que compartilham escolhas similares. É aquilo que nos implica…
-
Geste à Peau
Nas primeiras sessões de análise com Lacan, Susanne conta sobre os horrores vividos durante a guerra e no pós-guerra. Ela acreditava que, através da análise, poderia se livrar das dores causadas por aquilo que viveu. Ao questionar Lacan se seria possível se curar daquele sofrimento, ela diz que entendeu – pelo olhar de seu analista…
-
Os catadores de restos
Passei muito tempo procurando palavras para circunscrever a inquietaçãoque essa leitura me causou. Sim, é um livro sobre a guerra, mas o que é transmitidoentre as linhas aponta para algo além da guerra – esse além, que reverbera emcada um de nós, resulta de um audacioso trabalho de construção feito por SvetlanaAleksiévitch. A escritora, ao…
-
VOCÊ NÃO ESTRANHA DE SER VOCÊ?
Gosto de pensar a psicanálise através da inquietante pergunta: “você de repente não estranha de ser você?” – formulada por Clarice Lispector em seu livro Um sopro de vida.
-
SILÊNCIO DENTRO DA ALMA
Em seu texto intitulado “escutatória”, Rubem Alves aborda com um peculiar bom humor, aquilo que, na experiência humana, chamamos de “falar” e “escutar”.
-
A RELAÇÃO MÃE E FILHA
A relação mãe e filha é permeada de profundas ambiguidades. Freud, inclusive, alertou que não seria possível entender uma mulher sem considerar sua fase de ligação pré-edípica com a figura materna.