
TATIANA SOUSA
SOBRE O MEU PERCURSO
Sou psicóloga (CRP 05/49189) e psicanalista, com pós-graduação em clínica psicanalítica pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ e formação complementar pelo Instituto de Clínica Psicanalítica – RJ. Fiz mestrado em Teoria Psicanalítica na UFRJ e, atualmente, estou cursando uma especialização em Psicologia e Migrações na PUC – MG. Minha trajetória profissional abrange atendimento clínico em hospital psiquiátrico, ambulatório de psicologia e consultório particular. Meu consultório fica localizado em Botafogo – RJ, logo atrás do Botafogo Praia Shopping e próximo ao metrô, onde atendo individualmente adolescentes, adultos e idosos de forma presencial. Também ofereço atendimento online para brasileiros(as) que estão no exterior.
O que carregamos na mala e o que deixamos para trás quando mudamos de país?
A decisão de mudar não é simples: cada um o faz por motivos particulares, que envolvem fatores como os estudos, o trabalho, a família, a busca por novas oportunidades e uma vida melhor – também existem aqueles que precisam deixar seus, países afetados por guerras, catástrofes naturais, perseguições políticas, violações dos direitos humanos e buscam refúgio, proteção e recomeço em outros lugares.
Por isso, pensar sobre imigração envolve considerar tanto aquele que deixa seu país de origem quanto aqueles que o recebem em seu destino, tanto o lugar que foi deixado para trás quanto o novo, tanto os motivos que envolvem a decisão de atravessar fronteiras, quanto os desafios que emergem durante e depois deste atravessamento.
Se deslocar para viver em uma nova cultura e ocupar esse lugar de estrangeiro suscita uma série de questões e mobiliza aspectos psíquicos significativos em cada sujeito: carrega-se na mala muito além de roupas e objetos materiais e deixa-se, também, algo para além de um território físico. O que é isso que vai conosco e que fica para trás quando mudamos de país?
As renúncias não são somente as concretas: havia um lar dentro da casa, uma tradição nos almoços de domingo com a família, uma referência no lugar profissional, um costume no café com os amigos, uma lembrança que emerge nos trajetos pela cidade, uma memória que desperta com os cheiros daqueles temperos e daquelas comidas.
Do outro lado da fronteira, barreiras linguísticas e culturais podem aparecer e algumas referências de mundo e de “eu” podem ser estremecidas. Da mesma forma, o encontro com o novo, com o diferente, pode ser transformador e chacoalhar bastante os modos de viver e perceber o mundo – é comum perceber que, ao se voltar para casa, não se volta mais o mesmo.
Nesse contexto, a terapia pode ser uma ferramenta valiosa para falar das questões que envolvem a mudança de país, e atuar como um suporte importante no processo de adaptação, auxiliando a lidar tanto com os desafios encontrados nesse caminho, quanto com as mudanças que o encontro com o novo pode suscitar.
Com o atendimento online, é possível que as sessões aconteçam de qualquer lugar do mundo.

SOBRE O MEU TRABALHO
A minha escuta é orientada pela psicanálise, e isso implica um compromisso com a singularidade. Cada história de vida é única, assim como os modos que cada um encontra para lidar com os desafios cotidianos ou com aquilo que nos é traumático. Nossas escolhas, nossas decisões, nossas relações, nossas memórias, nossos desejos, nossos medos, nossas apostas, nossas palavras, são parte estrutural desse caminhar que chamamos de “viver” – por isso, ele é exclusivamente nosso e intransferível.
Em alguns momentos dessa caminhada, por algum motivo, nos desconectamos daquilo que nos movimenta o viver, e então, caímos paralisados – ou limitados – diante de algum sofrimento. Depressão, ansiedade, crises de pânico, insônia, burnout, fobias, compulsões, angústia, vícios, transtornos alimentares, são alguns dos nomes que compõem a longa lista dos modos de nomear o sofrimento humano e o adoecimento psíquico.
A psicanálise surge na escuta dessa desconexão e, através desta, privilegia a palavra como chave de acesso àquilo que desconhecemos em nós mesmos. Durante o processo de análise, um espaço de fala – e, também, de escuta de si – é aberto, no qual o sujeito poderá trilhar um caminho singular que movimente o seu viver e, nesse descortinar, poderá se posicionar de outros modos diante daquilo que o aflige, possibilitando o encontro com novas maneiras de lidar com as dificuldades, e abrindo possibilidades para mudanças profundas e significativas.